JOSÉ BOITEUX COMPLETA 23 ANOS NESTA SEMANA, COM FESTA E MOSTRA CULTURAL INDÍGENA
26 de abril. Um dia especial para a pacata cidade de José Boiteux, que comemora mais um aniversário. São 23 anos de emancipação político-administrativa. Para festejar, uma programação especial foi preparada para sexta-feira e sábado (27 e 28/04).
27 de abril / sexta-feira
19h – abertura oficial
19h30min – Apresentações culturais: Coral Indígena Jerusalém, Grupo de Teatro da Terra Indígena Lãklanõ, Grupo Coreográfico Perfeito Louvor e Grupo Filadélfia, Coral Italiano e Grupos de Dança das escolas
21h30min – sorteio dos prêmios do IPTU
22h – baile dançante com o grupo Geração 7
28 de abril / sábado
9h – passeio ciclístico sorteio de bicicleta e outros brindes
12h – almoço/churrasco música ao vivo
13h – parque infantil gratuito
14h – tarde dançante para a melhor idade, com Musical Weis
16h – corte do bolo de aniversário
16h30min – corrida de toras, tiro ao alvo com arco e flecha e arremesso de lança
18h30min – final dos Jogos de Futsal Indígena, feminino e masculino
21h – baile dançante com a banda Primavera
Durante os dois dias do evento, e na quinta-feira (26/04), vai haver também a exposição e venda de artesanato indígena.
O Salão Paroquial da Igreja Matriz será o principal local da festa. Mas vai haver atividades também na Casa da Cidadania, no Ginásio Municipal da Escola de Educação Básica José Clemente Perereira e na Feira de Produtos Agrícolas.
JOSÉ BOITEUX: ASPECTOS HISTÓRICO CULTURAIS
José Boiteux, habitado inicialmente por indígenas dos grupos Xokleng, Kaingang e Guarani, teve seu processo de colonização iniciado nos primeiros anos do século XX com a chegada de colonizadores das origens alemã, açoriana e italiana.
Até 1934 o território José Boitense era reconhecido como parte integrante do município de Blumenau, tornando-se em seguida distrito de Ibirama em virtude da emancipação daquele espaço geográfico.
Em 1958, passou por um primeiro processo de emancipação política, o qual foi considerado inconstitucional, e desse modo, continuando na condição de distrito ibiramense até o final da década de 1980.
Criado em 1989 através da Lei Estadual n° 7580 de 26/04/1989 e definitivamente instalado em janeiro de 1990, o município de José Boiteux completa 23 anos de emancipação política em 26 de abril de 2012.
José Boiteux é um município predominantemente rural, apresenta economia baseada na agropecuária, caracterizada pela exploração de pequenas propriedades rurais, em regime de trabalho familiar. A maior parte da mão de obra ainda emprega-se nas atividades primárias, que tem como principal fonte de renda o cultivo do fumo em folha, seguindo-se de outras culturas de subsistência. A pecuária também é atividade de destaque, com atividades como a criação de gado de corte e leiteiro, piscicultura e suinocultura que ocupam espaço na economia local.
No setor industrial a principal atividade sempre foi a madeireira, seguida de pequenas indústrias de conserva e algumas facções têxteis, sendo que no setor de comércio e serviços, existe uma pequena rede de serviços abastecendo o mercado consumidor local.
Considerando o modo como ocorreu o processo de desenvolvimento local, verifica-se que a força de vontade de seus primeiros colonizadores foi de grande expressão e significado, no entanto, compreende-se um crescimento modesto deste espaço, principalmente durante o período de vinculação aos municípios de Blumenau e Ibirama.
Pode-se afirmar também que com a emancipação política, nosso município passou a ter impulsos de crescimento, mas pouco expressivos, no entanto, nos últimos anos, principalmente a partir do início deste século XXI, ocorreram mudanças significativas tanto nos aspectos de crescimento econômico quanto de desenvolvimento social.
A economia local vem apresentando sinais de diversificação. Surgem novas oportunidades de trabalho, os investimentos em obras de saneamento, saúde, moradia e educação são realizados com seriedade, fazendo com que a qualidade de vida da população se torne prioridade.
Em relação ao potencial turístico natural do Município de José Boiteux, este se caracteriza pela existência de diversos pontos de atração natural, com cachoeiras, grutas, o chamado Morro da Cruz onde se realiza atualmente o evento em comemoração ao dia de Nossa Senhora, além de algumas propriedades por onde passam rios com vistosas lajes de pedra e pequenas quedas d’agua.
No que se refere a patrimônios culturais, destaca-se a arquitetura religiosa, bastante rica e preservada com templos religiosos que retratam em seu interior tradições das culturas germânicas e italianas, nos altares, púlpitos, vitrais e nas pinturas em paredes. Neste sentido convém destacar tanto a antiga Igreja Matriz que tem em seu interior um altar entalhado em madeira de imensa beleza, quanto a atual igreja matriz com telhado em formato de estrela.
Outras igrejas podem ser citadas nas comunidades do município, cada qual com alguma caracterização das tradições dos povos residentes.
Em se tratar de outros patrimônios, pode-se destacar a caracterização da escola Vanhecu Patte, localizada na Aldeia Indígena Bugio, que revela o amor a cultura local e a preservação cultural no próprio desenho estampado na parede.
Há também a escola Lãklanõ, localizada na Aldeia Indígena Palmeira, construída recentemente, mais que foi pensada com base em aspectos valorizados pelo Povo Xokleng. Outros pontos que merecem destaque pela visitação recebida, bem como pelas pesquisas realizadas a respeito são a Barragem Norte e a chamada Reserva Cafuza, esta última habitada por povo de origem Quilombola e fortemente marcada por alguns aspectos resultantes da própria trajetória histórica deste povo.
As tradições gastronômicas que de certo modo também são patrimônio cultural são preservadas e mantidas pelos descendentes italianos, alemães, açorianos, indígenas e cafuzos que valorizam cada qual a seu modo a dança e música, entre outros aspectos.
Há ainda a tradição natalina que do mesmo modo que outras cidades do Alto Vale do Itajaí é fortemente mantida. Recentemente essa tradição passou por maior valorização, chegando a se tornar atrativo na cidade, sendo que a maior relevância se deve a realização do chamado Natal nas Comunidades que consiste na integração comunitária e na maior expressão de vivência do espírito natalino do povo José Boitense.
Texto elaborado por Marcia Fusinato Barbosa Athayde, em 2007, e publicado no site da Prefeitura Municipal de José Boiteux, reelaborado em 2012 com a colaboração de Cristiane do Santos, a partir de pesquisas próprias e com amparo em autores como: Alexandro Namenn, Roseli da Silva, Silvio Coelho Santos e Nilson Cesar Fraga.